Gisele Bündchen NÃO é o Pelé das passarelas - foto: Attuall.Moda |
Gisele Bündchen NÃO é o Pelé das passarelas
Certa vez ouvi: "Gisele Bündchen é o Pelé das passarelas". Na época, eu até que concordei com a expressão, afinal, se Ele é o Rei do futebol, Ela é - indiscutivelmente - é a Rainha das passarelas.
No entanto, hoje afirmo categoricamente: Gisele Bündchen NÃO é o Pelé das passarelas! Se nos anos 50, 60 e 70 os jogadores do restante do mundo ficaram embasbacados e literalmente "zonzos" com a ginga dos jogadores brasileiros e seus dribles fantásticos, em que um jogador em especial (chamado Edson) se destacava; nas décadas seguintes o nível técnico e até (por que não?!) artístico dos jogadores de futebol evoluiu deixando para sempre em nós uma pergunta que em mim já se tornou uma afirmação (oras, o cérebro é meu... eu penso como eu quiser): Se o Pelé jogasse hoje contra atletas que foram exaustivamente treinados para exercer marcações ferrenhas como a que tirou Neymar da Copa do Mundo de 2014, ele não teria a oportunidade de ficar um jogo inteiro "brincando de bobinho" com jogadores adversários. Ele seria parado diversas das vezes em que tentasse jogar um futebol que recebeu o nome - graças a ele e às pernas tortas de Garrincha - de "Futebol Arte". (se) Jogasse Messi ou Neymar (ou Sócrates, Ronaldo, Romário, Cristiano Ronaldo,...) como jogam hoje, mas em décadas passadas, eles seriam coroados tão reis quanto Pelé. E disso é impossível discordar, embora eu não possa provar, já que não possuo uma máquina do tempo para transportá-los até lá...
Mas voltando ao tema que deu título à crônica, "Gisele Bündchen NÃO é o Pelé das passarelas", com a top model mais famosa de todos os tempos - a primeira a receber uma palavra que ainda não existia, über model - foi completamente diferente. Gisele Bündchen, a Rainha das passarelas, despontou em uma era em que ser maravilhosa é o mais comum no mundo da moda. Cabelos com cores e tratamentos de ponta (escovas progressivas e chapinhas e reflexos com nomes complicados e super finalizantes de brilho e tratamento, e...) , corpos que se não forem perfeitos ganham um silicone aqui, um preenchimento ou botox ali; o famigerado e melhor amigo das modelos, o Photoshop; os efeitos de luz extremamente técnicos e que apenas mostram ângulos perfeitos de quem quer que esteja sobre a passarela ou à frente das câmeras dos estúdios. Sem contar nos figurinos maravilhosos, nas maquiagens 3D e também nos cosméticos nanotecnológicos de última geração. Hoje em dia só não é bonita quem não quer!
Por tudo isso, fica evidente entender por que Gisele Bündchen NÃO é o Pelé das passarelas. Ela fez diferença em um "campo" em que os 'atletas' receberam o mesmo tipo de treinamento e vantagens que Ela e ainda assim Gisele foi maior. Ela encerra a carreira das passarelas no auge de sua melhor forma, mas não se engane, ela ainda continuará a ser modelo de fotos e nesse quesito ela também é Rainha...
Renata Fraia
Leia mais crônicas em crônicas de Renata Fraia.
Vou procurar escrever uma crônica por mês... desde que haja tempo, é claro. ;-)
Comentários