Ando enfrentando uma questão pessoal que envolve o universo da carne, do vegetarianismo e quiçá do veganismo. Não chega a ser um drama, talvez seja quase um dilema, o qual não consigo resolver -- não a médio prazo. E quem me conhece de verdade pode imaginar o quanto eu quero (ou precisava) escrever sobre o assunto. No entanto, faltava-me o estímulo para transformar em palavras o que sinto, ou melhor, o que sente minha alma vegana. O estímulo surgiu ao tomar conhecimento do livro "Diário de uma Vegana", de Alana Rox, autora que nasceu vegetariana e agora é vegana (um tipo de vegetariano estrito, que não consome NADA de origem animal).
Quando afirmo que Alana nasceu vegetariana, vocês podem imaginar que seus pais não davam carne a ela, mas não é em assim: seus pais não eram vegetarianos. E o mais incrível é que ela e filha de uma gaúcha, ou seja, é nascida em terras onde a carne é praticamente a base da refeição.
Alana Rox rejeitava qualquer alimento de origem animal, para o sofrimento dos pais. Ninguém imaginava que a atitude instintiva da infância era apenas a semente da revolução que Alana faria em sua própria vida.
Tenho muita, muita, muuuita mesmo, pena de imaginar o sofrimento desses animais, muitos deles levam uma vida reclusa e tão triste que os faz liberar em seu organismo os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol) que não afeta apenas seu organismo, como também o organismo de quem come sua carne e bebe seu leite - nós!
Meu sofrimento atual vai além do abate. Sempre imagino (parece que ouço) os gritos de sofrimento dos suínos ao serem abatidos de forma cruel, sendo que há como fazê-lo sem causar sofrimento aos porcos. Sei disso porque estudei sobre o tema "abate" de todas as espécies possíveis e imagináveis (até de equinos) quando prestei concurso para fiscal do Ministério da Agricultura (como farmacêutica). Mas me falta a ingenuidade para acreditar que todos os abatedouros aplicam esta forma de matar os animais para os humanos comerem suas carnes.
Na questão da saúde, meu quase drama não é menor. Sinto que meu sistema digestório não aceita tão bem a carne e o leite. O primeiro me deixa em um estado de torpor que dura horas e atrapalha meu rendimento no trabalho e afeta minha disposição em todo o resto. O segundo entra em uma luta contra meu intestino que teima em não digerir tão bem a lactose. Abro um parêntese: a maioria de nós -- seres humanos -- não produz uma quantidade suficiente de lactase, a enzima que digere a lactose (o açúcar do leite) e que tem de sobra no intestino do bezerro, para quem a vaca, de fato, produz o leite. Esse problema eu resolvi fazendo, em casa mesmo, bebendo leite zero lactose e iogurte com presença de lactobacilos que digerem a lactose (faço com o Bio Rich), já que os iogurtes comuns contêm lactobacilos que mais prejudicam do que ajudam meu pobre intestino :-/
Concluo escrevendo que tenho alma vegana porque sofro (de verdade) com tudo isso, incluindo a matança de animais para apenas retirar seu couro para ser usado na indústria da moda e os testes de cosméticos em animais -- coisas que não citei acima. E sempre penso: O que fazer? Conseguirei deixar de comer carne?
Infelizmente, o gosto da carne ainda me atrai, sobretudo a de peixes (coitadinhos deles, e cmo se debatem e abrem a boca quando são pescados) e de suínos (amooo linguiça com pão e vinagrete -- para mim, não há churrasco possível sem esse trio.
Felizmente (ufa!), por enquanto, tenho resolvido esse problema em parte... Estou consumindo carne sem gula, ou seja, como o suficiente para dar ao meu corpo a proteína que ele precisa e satisfazer meu paladar (estimulado por meu olfato) que não esquece o gosto do bendito pão com linguiça, do lombo de porco assado, do robalo grelhado, do pintado na brasa (ai meu Deus que delícia!) pelo bacalhau e, finalmente, pela combinação de aromas e sabores de um prato contendo: carne moída + arroz com feijão fresquinho (principalmente o da minha mãe) + quiabo refogado com tomate + banana à milanesa.
A ironia do destino é que minha carne preferida é a de caranguejo, animal que é "abatido" apenas quando o colocamos em um caldeirão cheio de água fervente -- no momento de seu cozimento.
É claro que ainda vou voltar a esse assunto, afinal, minha alma clama por habitar em um corpo vegano. :-( Quando conseguirei atendê-la? Não faço ideia!
“São refeições completas e inteligentes, nutricionalmente equilibradas, fáceis, rápidas, práticas, acessíveis e gostosas demais”, diz Alana sobre sua obra.
Gênero: Culinária | Editora: Globo Estilo | 176 Páginas
Preço: R$ 49,90
Livro: Diário de uma Vegana / divulgação |
Quando afirmo que Alana nasceu vegetariana, vocês podem imaginar que seus pais não davam carne a ela, mas não é em assim: seus pais não eram vegetarianos. E o mais incrível é que ela e filha de uma gaúcha, ou seja, é nascida em terras onde a carne é praticamente a base da refeição.
Alana Rox rejeitava qualquer alimento de origem animal, para o sofrimento dos pais. Ninguém imaginava que a atitude instintiva da infância era apenas a semente da revolução que Alana faria em sua própria vida.
De vegetariana para vegana
Ao tornar-se vegana, passou não só a ter ótima saúde, o corpo e a mente energizados, mas sentiu vontade de compartilhar sua experiência com outras pessoas. Dividir suas descobertas e mostrar um caminho possível para se viver mais e melhor virou naturalmente sua missão. E é isso o que ela faz em seu livro com receitas práticas, saudáveis, sem nenhum alimento de origem animal e livres de glúten. O livro ainda traz dicas de cuidados de beleza e de limpeza ecológica e natural.Minha "alma" vegana
Assim defino meu espírito porque ando pensando mais e mais a cada dia no sofrimento dos animais não apenas no momento do abate, mas também em como são criados e neste contexto posso englobar: o confinamento, o ambiente estressante, a alimentação que visa o ganho de peso, os hormônios e antibióticos que não apenas prejudicam o animal, como também quem come sua carne, além do sério problema chamado "contaminação do meio ambiente", que afeta direta ou indiretamente o planeta inteirinho. Neste ponto, cabe ressaltar que o gás metano liberado pelo gado em forma de flatulências é o maior causador do efeito estufa e isso é muito sério e nada engraçado, se considerarmos uma possível extinção da raça humana.Tenho muita, muita, muuuita mesmo, pena de imaginar o sofrimento desses animais, muitos deles levam uma vida reclusa e tão triste que os faz liberar em seu organismo os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol) que não afeta apenas seu organismo, como também o organismo de quem come sua carne e bebe seu leite - nós!
Meu sofrimento atual vai além do abate. Sempre imagino (parece que ouço) os gritos de sofrimento dos suínos ao serem abatidos de forma cruel, sendo que há como fazê-lo sem causar sofrimento aos porcos. Sei disso porque estudei sobre o tema "abate" de todas as espécies possíveis e imagináveis (até de equinos) quando prestei concurso para fiscal do Ministério da Agricultura (como farmacêutica). Mas me falta a ingenuidade para acreditar que todos os abatedouros aplicam esta forma de matar os animais para os humanos comerem suas carnes.
Na questão da saúde, meu quase drama não é menor. Sinto que meu sistema digestório não aceita tão bem a carne e o leite. O primeiro me deixa em um estado de torpor que dura horas e atrapalha meu rendimento no trabalho e afeta minha disposição em todo o resto. O segundo entra em uma luta contra meu intestino que teima em não digerir tão bem a lactose. Abro um parêntese: a maioria de nós -- seres humanos -- não produz uma quantidade suficiente de lactase, a enzima que digere a lactose (o açúcar do leite) e que tem de sobra no intestino do bezerro, para quem a vaca, de fato, produz o leite. Esse problema eu resolvi fazendo, em casa mesmo, bebendo leite zero lactose e iogurte com presença de lactobacilos que digerem a lactose (faço com o Bio Rich), já que os iogurtes comuns contêm lactobacilos que mais prejudicam do que ajudam meu pobre intestino :-/
Concluo escrevendo que tenho alma vegana porque sofro (de verdade) com tudo isso, incluindo a matança de animais para apenas retirar seu couro para ser usado na indústria da moda e os testes de cosméticos em animais -- coisas que não citei acima. E sempre penso: O que fazer? Conseguirei deixar de comer carne?
Continuo comendo carne
Infelizmente, o gosto da carne ainda me atrai, sobretudo a de peixes (coitadinhos deles, e cmo se debatem e abrem a boca quando são pescados) e de suínos (amooo linguiça com pão e vinagrete -- para mim, não há churrasco possível sem esse trio.
Felizmente (ufa!), por enquanto, tenho resolvido esse problema em parte... Estou consumindo carne sem gula, ou seja, como o suficiente para dar ao meu corpo a proteína que ele precisa e satisfazer meu paladar (estimulado por meu olfato) que não esquece o gosto do bendito pão com linguiça, do lombo de porco assado, do robalo grelhado, do pintado na brasa (ai meu Deus que delícia!) pelo bacalhau e, finalmente, pela combinação de aromas e sabores de um prato contendo: carne moída + arroz com feijão fresquinho (principalmente o da minha mãe) + quiabo refogado com tomate + banana à milanesa.
A ironia do destino é que minha carne preferida é a de caranguejo, animal que é "abatido" apenas quando o colocamos em um caldeirão cheio de água fervente -- no momento de seu cozimento.
É claro que ainda vou voltar a esse assunto, afinal, minha alma clama por habitar em um corpo vegano. :-( Quando conseguirei atendê-la? Não faço ideia!
Mais sobre o livro "Diário de uma Vegana"
O livro não é voltado apenas para veganos, mas também para quem quer experimentar o estilo de vida vegano ou simplesmente se alimentar de maneira mais saudável. Ele traz uma sugestão de cardápio para uma semana e os Top Hits, que são receitas especiais e preferidas da autora.“São refeições completas e inteligentes, nutricionalmente equilibradas, fáceis, rápidas, práticas, acessíveis e gostosas demais”, diz Alana sobre sua obra.
Gênero: Culinária | Editora: Globo Estilo | 176 Páginas
Preço: R$ 49,90
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